Carlos Costa / Futura Press
Por Globoesporte.com
Cruzeiro se impõe como líder e quebra invencibilidade do Goiás no Serra
Willian faz dois na virada da Raposa, que mostra por que está em primeiro; Esmeraldino é derrotado em casa após 41 jogos em competições nacionais
O Cruzeiro não é líder por acaso. E a cada rodada que passa vai mostrando por que é sério candidato a conquistar o título brasileiro após dez anos. Melhor mandante, melhor visitante e dono do melhor ataque da Série A. Com tais credenciais ainda tinha o desafio de quebrar a invencibilidade do Goiás no Serra Dourada. Assim foi feito. O segundo turno começa da mesma forma como o primeiro terminou: com vitória celeste. Nesta quarta, Willian marcou os dois na vitória por 2 a 1, de virada, sobre o Verdão ajudou a Raposa a se firmar ainda mais na ponta, agora com 43 pontos.
O Goiás, que abriu o placar com Renan Oliveira ainda no primeiro tempo, sentiu muito a ausência de Walter, vetado em decorrência de lesão muscular, e viu uma marca incrível ser quebrada. Desde que o técnico Enderson Moreira foi contratado, em outubro de 2011, o time esmeraldino jamais tinha perdido em casa em partidas de competições nacionais. As 30 vitórias e os 11 empates neste período agora ficam apenas para a história. Com 26 pontos, o Verdão acumula duas derrotas seguidas e fica na nona colocação, podendo perder ainda mais posições no complemento da rodada.
O Goiás tentará reagir no próximo domingo, às 16h (de Brasília), contra o Corinthians, fora de casa. Já o Cruzeiro, com 71% de aproveitamento, receberá o Atlético-PR um dia antes, às 18h30m (de Brasília).
– Era um jogo difícil, mas a gente já tinha conversado sobre isso. O primeiro turno ficou para trás. Precisamos vencer mais partidas se quisermos ficar com o título – celebrou o goleiro Fábio, do Cruzeiro.
– Nosso time teve postura legal no segundo tempo, conseguiu agredir, mas infelizmente não venceu. Era um jogo aberto – lamentou o capitão do Goiás, David.
Primeiro tempo igual
Os dois times pareciam sentir os desfalques de última hora, principalmente o Goiás, que já não contava com Ernando. Para piorar, ainda perdeu Dudu Cearense e Walter, artilheiro do time, que até foi ao Serra Dourada, mas não se recuperou totalmente de uma pequena lesão muscular. Sem o atacante, a equipe da casa tinha muitas dificuldades para segurar a bola no campo de ataque e demorou muito a incomodar o goleiro Fábio. Pelo lado celeste, a ausência era Borges, vetado no vestiário. Marcelo Oliveira optou por Alisson e deu mais liberdade a Ricardo Goulart. Logo aos dez minutos, Alisson recebeu de Everton Ribeiro na entrada da área, bateu cruzado e assustou Renan.
O tempo então passava e não se via futebol muito atraente no Serra Dourada. As vaias já começavam a aparecer. Muitas vaias. Um dos perseguidos pela torcida esmeraldina era Ricardo Goulart, ex-jogador do próprio Verdão. O outro era Hugo. Cobrado por não ter feito grande atuação desde que foi contratado, o meia ouviu muito quando bateu fraquinho de fora da área, sem perigo ao gol de Fábio. Nada como um lance após o outro. Aos 27, Hugo deu lançamento preciso para Ramon, que saiu livre pelo lado direito da área e cruzou para Renan Oliveira abrir o placar de cabeça: 1 a 0 Goiás. Aplausos para Hugo, mentor da jogada, que teve até seu nome gritado nas arquibancadas.
O porém é que o líder do Brasileirão também tinha suas armas. No estrelado elenco da Raposa havia espaço para Alisson, titular de última hora, que deu passe magistral para Willian aos 38 minutos. O atacante só teve o trabalho de deslocar Renan e empatar o duelo: 1 a 1. O gol deu tranquilidade necessária para o Cruzeiro administrar o placar até o fim do primeiro tempo e evitar a pressão esmeraldina. Com o empate, jogadores importantes como Everton Ribeiro e Ricardo Gouart, ambos de atuação discreta até então, ajudaram mais até o intervalo.
Goiás esbarra na trave, e Cruzeiro vence mais uma
O Cruzeiro voltou com postura diferente para a etapa complementar. O técnico Marcelo Oliveira lançou Anselmo Ramon na vaga de Alisson, alteração que deu mais liberdade para Willian se movimentar. A substituição melhorou também a atuação dos jogadores de meio-campo, que passaram a participar mais. Ciente da melhora, o treinador da Raposa ainda trocou Ricardo Goulart por Dagoberto, na tentativa de ser mais contundente na busca pela virada.
O duelo também passou a ser dos treinadores. Acostumados aos embates nas categorias de base do futebol mineiro, Enderson Moreira e Marcelo Oliveira se reencontravam. O comandante do Goiás tentou melhorar o time com Tartá e Júnior Viçosa, porém, uma dupla que já estava em campo voltou a aparecer. Aos 17, Hugo pegou firme da entrada da área e obrigou Fábio a fazer grande defesa. Pouco depois o autor do gol esmeraldino, Renan Oliveira, deu bom passe para Hugo na intermediária. O meia se livrou de Bruno Rodrigo e chutou de direita, na trave.
Neste confronto à parte, Marcelo Oliveira levou a melhor. A última alteração surtiu efeito imediato e foi decisiva para a vitória do Cruzeiro. O lateral-direito Mayke entrou na vaga de Ceará e rapidamente construiu a jogada do segundo gol. Aos 26, ele foi rápido pela direita e serviu Willian dentro da área do Goiás. Da marca do pênalti, o artilheiro da noite chutou firme e estufou novamente as redes de Renan: 2 a 1 Cruzeiro. Aos 40, David cobrou falta no travessão. Foi a última chance do Goiás.
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